Vocação sacerdotal: chamado para uma vida de
amor
A missão do sacerdote
A festa litúrgica do Cura
d’Ars, no mês de agosto, oferece oportunidade para maior e melhor compreensão
do Sacerdócio católico e seu papel na sociedade. Problemas e contradições o
acompanham: elogiado por uns, incompreendido e vilipendiado por outros.
João Batista Maria Vianey era
um medíocre, segundo os critérios humanos. Somente sua piedade ardente
conseguiria vencer as dificuldades para o acesso às Ordens Sacras.
Ars, um lugar desconhecido e,
ainda hoje, pequeno aglomerado de casas. No entanto, a santidade de um pároco
transformou-o em extraordinário centro de irradiação apostólica por toda a
França e conhecido no mundo inteiro.
O padre, se autêntico, é um homem
profundamente marcado pela Fé. Participa das limitações e anseios da
humanidade e, ao mesmo tempo, é alguém invadido pelo mistério de Deus.
Esta opção fundamental de sua
vida transborda em suas ações e caracteriza as atividades no plano temporal.
No Decreto “Presbyterorum Ordinis”
(nº 2), o Concílio Vaticano II nos ensina: “O fim a que visam os presbíteros
por seu ministério e vida é ocupar-se da glória de Deus Pai em Cristo.
Consiste esta glória em aceitarem os homens a obra de Deus levada à perfeição
por Cristo”.
Emerge desse quadro a complexidade
de uma missão. Profundamente identificado com o meio de onde é escolhido, com
uma destinação da mais alta relevância, não perde as características de
fraqueza de seus irmãos. A eles deve trazer o remédio salvífico e, antes,
utilizá-lo para si, a fim, de melhor capacitado, transmiti-lo aos outros.
O sacerdote é pedra de tropeço
para quem não o vê em sua dimensão global, divina e humana. A incompreensão o
acompanha e assume posições contraditórias no julgamento de muitos. Busca
fazer nascer, ressurgir ou aumentar no coração do Povo de Deus o amor de
Cristo, esforçando-se por construir uma comunidade viva. Para isso tem por critério
a caridade pastoral.
Pela limitação própria e dos
outros, esse pastoreio é muitas vezes mal interpretado, com muitas falhas,
cuja correção é lenta, gradual e jamais completada.
Assim, entre o sacerdote e os
fiéis, é imperioso haver íntima colaboração e ajuda. O cristão que apóia este
ministério sagrado fortifica a própria ação do Redentor. Este age pelos
séculos na concretização de sua obra, particularmente através dos ministros
sagrados, cujo caráter sacerdotal não faz desaparecer as limitações terrenas.
Assim, a escassez de padres, o
problema do chamamento de jovens à vida consagrada, é assunto que interessa a
cada um de nós. A pastoral vocacional obriga a todos.
Seu fundamento é a prece, segundo a
orientação do Mestre. Ao ver a messe grande e serem poucos os operários, ele
diz: “Rogai ao Senhor da messe que envie operários à sua messe” (Mt 9,38). Às
paróquias, às famílias, às escolas, aos indivíduos é destinada esta ordem.
Para facilitar as atividades
vocacionais, “a pastoral vocacional deve empenhar a comunidade cristã em
todos os seus âmbitos. Obviamente, no referido trabalho pastoral capilar está
incluída também a obra de sensibilização das famílias, muitas vezes
indiferentes se não mesmo contrárias à hipótese da vocação sacerdotal. Que
elas se abram com generosidade ao dom da vida e eduquem os filhos para serem
disponíveis à vontade de Deus!” (Papa Bento XVI, “Sacramentum Caritatis”, nº
25)
O êxito de todo este esforço,
autenticamente evangélico, pede a cada membro da comunidade eclesial que
assuma sua responsabilidade. Parte especial cabe aos próprios sacerdotes. O
exemplo de uma existência inteiramente consagrada ao serviço do Senhor, no
desprendimento dos bens materiais, na obediência - uma face oposta às
facilidades do mundo - eis uma prova válida para a mocidade idealista aceitar
o chamado do Mestre. O padre feliz vale por uma campanha!
Ele é o homem do Sagrado. Esse
mistério do Eterno, que carrega consigo, deve transparecer. Aparentemente as
pessoas podem elogiar o ministro profano. Mas somente aquele que faz Cristo
viver em seu modo de falar, de agir, de vestir, consegue levar a Deus os que
vivem d’Ele afastados; mais do que os métodos de trabalho, dos predicados
humanos vale a santidade de vida, extraordinário meio para transmissão da
graça.
O Cura d’Ars é um exemplo vivo
ainda em nossos dias. Ele nos questiona, aos padres de modo particular, mas
também a toda a comunidade eclesial. Proclama alto o valor do ministro do
Senhor para toda a sociedade.
Na verdade, continuam válidas as palavras do Mestre: o seu seguidor é o sal da terra e a luz do mundo. Interessa a todos conservar essa luz acesa, pois há trevas e insegurança. No ambiente que se decompõe, em meio à corrupção generalizada, goza de grande importância alguém que, por sua palavra e, melhor ainda pelo seu exemplo, seja elemento que conserva os fundamentos da moral. Parabéns Padre pelo seu SIM ao Sacerdócio, obrigado por ser um homem de DEUS. |
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Vocação Sacerdotal
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